quinta-feira, 21 de março de 2013


Resumo dos Comentários de Mário Ferreira dos Santos aos Antepredicamentos

 
1.       Sobre o Livro “Das Categorias”

 
a)      Categorias ou predicamentos são os gêneros supremos. O livro é divido em três partes: a 1ª – os antepredicamentos (cap. 1 a 4) – que são os pré-requisitos para a razão dos predicamentos e sua coordenação nos seus respectivos gêneros; a 2ª – os predicamentos (cap. 5 a 9) – que são os gêneros supremos nos quais se resume todos os entes criados; e a 3 – os pós-predicamentos – que são as propriedades de todos os predicamentos ou de muitos deles.

 
2.       Análise Geral dos Antepredicamentos.

 
a)      Os predicamentos se dividem em unívocos, equívocos, análogos e denominativos.
b)      Unívocos são aqueles que se predicam pelo nome e pela sua definição essencial.
c)       Equívocos são aqueles que se predicam apenas pelo nome, mas não pela sua definição essencial.
d)      Análogos são aqueles que se predicam em parte pelo nome e em parte pela definição essencial.
e)      Não há conceitos equívocos, somente unívocos ou análogos.
f)       Segundo a complexidade ou incomplexidade, os predicamentos podem ser analisados em quatro combinações: na 1ª, se dizem do sujeito, mas não estão no sujeito (são as substâncias segundas); na 2ª, não se dizem do sujeito, mas estão no sujeito (são os acidentes singulares); na 3ª, não se dizem do sujeito e não estão no sujeito (são as substâncias primeiras); e na 4ª, se dizem do sujeito e estão no sujeito (são os acidentes universais).
g)      Quatro Regras dos antepredicamentos: 1ª, predica-se “per si” o predicamento que é segundo sua própria razão; 2ª, uma coisa difere de outra quando a razão de uma difere da razão da outra; 3ª, quando se predica algo de algum sujeito, o quê se diz do predicado também se diz do sujeito; e 4ª, nos gêneros não subalternos, as diferenças essências não são as mesmas.

 
3.       Razões dos Antepredicamentos

 
a)       A 1ª Razão considerada os antepredicamentos em tríplice aspecto: 1º, os análogos e os equívocos estão acima de todos os predicamentos; 2º, os unívocos se coordenam nos mesmos predicamentos; e 3º, os denominativos estão nos mesmos predicamentos em relação aos que estão em outros.
b)      A 2ª Razão consiste em ser a predicação coordenação das coisas simples e não das complexas. Coisas simples são aquelas que têm uma única definição e quididade.
c)       A 3ª Razão consiste em estar ou não o predicamento num sujeito e no se dizer ou não do sujeito. Por isso se dividem em duplo gênero, substâncias e acidentes, coordenados em quatro tipos, segundo a singularidade e a universalidade.
d)      A 4ª Razão consiste em conhecer a coordenação dos predicamentos em linha reta, assim como a conexão ou separação deles enquanto diferença. Duas regras decorrem daí: 1ª o que se predica do superior, predica-se dos seus inferiores; 2ª os gêneros não subordinados ente si não possuem as mesmas diferenças.

 
4.       Equívoco

 
a)      Coisas com o mesmo nome, mas a razão designada por esse nome é diversa.
b)      O conceito de Aristóteles se aplica aos “equívocos equivocados”.
c)       Quanto ao “equivoco equivocante”, a equivocação se dá no nome, não no conceito. O nome é o mesmo, mas a razão a qual se refere é outra.

 
5.       Análogos

 
a)      Analogia é um “médium” entre a univorcidade e a equivocidade.
b)      Conceitos análogos são aqueles que têm em sua razão alguma nota em comum. Esta “nota em comum” era chamada pelos pitagóricos e platônicos de “logos analogante”.
c)       Há dois tipos de analogias: 1º, de atribuição extrínseca, na qual o logos analogante faz parte ou se refere ao que é extrínseco da coisa; e 2º, de atribuição intrínseca.
 d)       Há mais dois tipos de analogias: 1º, de proporção – num dos analogados o “logos analogante” é segundo a intenção e o ser e noutro é apenas segundo a intenção; e 2º, de proporcionalidade – o logos é apenas segundo a intenção para os dois analogados.
e)      A analogia de proporcionalidade se divide em duas: 1ª, própria, quando a razão significada para o análogo se dá para ambos os analogados; e 2ª, imprópria ou metafórica, quando a razão do análogo se dá num e no outro apenas por similaridade.

 
6.       Graus de Univocação Segundo os Escotistas

 
a)      No 1º Grau – o mais perfeito – o unívoco é segundo o nome, a razão, o modo de ser a mesma ordem e a mesma perfeição. Exemplo: homem que se predica para todos os indivíduos da espécie humana.
 b)      No 2º Grau, o unívoco é segundo o nome, a razão, o modo de ser e a mesma ordem. Exemplo: animal, que se predica para homem e bruto.
 c)       No 3º Grau, o unívoco é no nome, na razão e no modo de ser.Exemplo: número, quando se predica para binário e para ternário.
d)      No 4º Grau, unívoco é no nome e na razão. É chamado de único análogo.


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