terça-feira, 12 de março de 2013

O Termo segundo Aristóteles
 
Pós Predicamentos (Resumos dos capítulos 10 a 15)

 
1. Capítulo 10 (Dos opostos)

 
a)                 Acepções habituais de oposição


b)                 Há quatro maneiras de oposição de um termo a outro: 1ª oposição dos relativos; 2ª dos contrários; 3ª da privação à posse e 4ª da afirmação e da negação.

c)                  Oposição dos relativos – a totalidade do ser de um consiste em ser dito do seu oposto, ou que a ele se refere de alguma maneira numa relação recíproca. Por exemplo, o dobro e a metade; o conhecimento e o cognocível.

d)                 Oposição dos contrários – não tem sua essência na referência que mantém um com o outro. Manifestam-se de dois modos: 1º quando há contrários que estão em algo ou é afirmado de algo e este algo necessariamente deve conter um ou outro, não há intermediário entre eles, por exemplo, a doença e a saúde; 2º quando há contrários em que um e outro não estão necessariamente contidos no sujeito, há intermediário entre eles, por exemplo, negro e branco, sendo intermediárias todas as outras cores. Em certos casos o intermediário possui nome, como nas cores, mas em outros o intermediário não possui, sendo denominado com a negação dos dois contrários, como entre bom e mau, cujo intermediário é o que não é nem bom nem mau.

e)                 Opostos como privação e posse – o termo designa a posse natural de algo e o contrário designa a ausência do que se é apto a receber, mas não está de nenhuma maneira.

f)                    Opostos como afirmação e negação – a afirmação e a negação são próprias das proposições e não dos termos. Somente neste caso uma é verdadeira e a outra é falsa, porque nelas está expresso uma ligação. Dentre elas, em algumas não há relação de verdade e falsidade entre as opostas, quanto o sujeito não existe. Por exemplo, se “Socrates” não existe, ambos os contrários são falsos em “Socrates está doente” e “Socrates está de boa saúde”. Os opostos necessariamente verdadeiros e falsos são “Socrates está doente” e “Socrates não está doente”.

g)                 Duas observações importantes: 1º Estar privado de algo, ou possuí-lo, não é a mesma coisa que a privação e a posse. Por exemplo, cegueira e visão são privação e posse; mas estar cego ou ter a visão é está privado de algo e possuí-lo. 2º A oposição nas proposições afirmativas e negativas se aplicam também aos sujeitos da proposição.

h)                 As maneiras como os termos se enquadram em suas respectivas oposições são próprias de cada oposição, não havendo entre elas compartilhamento. Exceto o caso dos contrários que não comportam intermediário que, por necessariamente um ou outro dever estar sempre presente no sujeito em que residem, caem sob a privação e a posse.
 

2. Capítulo 11 (Dos Contrários)

 
a)                 Por indução dos casos particulares, o contrário de um bem é um mal. Na maioria das vezes, o contrário de um mal é um bem. Mas num pequeno número de casos, o contrário de um mal pode ser um mal ou um bem, por exemplo: o contrário de excesso (um mal), pode ser carência (um mal) ou medida (um bem).

b)                 Nos contrários, a existência de um não acarreta necessariamente a existência do outro. Por exemplo, se todo mundo é saudável, a saúde existirá, com a exclusão da doença.

c)                  Os contrários existem naturalmente num sujeito que é o mesmo, pelas espécies ou pelo gênero. A saúde e a doença se encontram no corpo do animal.

d)                 Os contrários estão no mesmo gênero, em gêneros contrários, ou eles mesmos são gêneros contrários.

 
3. Capítulo 12 (Do anterior ou da prioridade)

 
a)                 De uma coisa se diz anterior de quatro maneiras: 1ª segundo o tempo (sentido fundamental); 2ª aquele cuja existência não depende do posterior, mas este depende daquele; 3º com relação à certa ordem e 4ª o que é melhor e mais estimável que o outro parece ser anterior por natureza, mas Este é o sentido mais afastado.

b)                   Outro sentido: nas coisas que são recíprocas quanto à existência, é anterior aquela que for causa de existência da outra, por exemplo: o homem real e a proposição verdadeira em que é sujeito; se o homem existe a proposição é verdadeira existe e vise versa, mas o homem real é anterior porque sem a sua existência a proposição verdadeira em que é sujeito não existiria.


4. Capítulo 13 (Da simultaneidade)

 
a)                 De duas maneiras se diz simultâneo: 1ª num sentido simples, quando duas coisas são geradas ao mesmo tempo; 2ª por natureza, cujas existências são recíprocas e uma não é causa para a outra.

b)                 As espécies que, na divisão do mesmo gênero, são opostas, são também simultâneas por natureza.  

c)                  Não há simultaneidade entre o gênero e suas espécies, pois aquele é sempre anterior a estas.

 
5. Capítulo 14 (Da moção)

 
a)                 Há seis espécies de moção: a geração, a corrupção, o aumento, a diminuição, a alteração e a moção local.

b)                 Oposição entre as moções: geração e corrupção; aumento e diminuição; movimento e repouso ou movimento em sentido contrário e alteração e repouso qualitativo ou em sentido qualitativo contrário.

c)                  Alteração é a mudança para a qualidade contrária.

 
6. Capítulo 15 (O termo “habere”, ter)

 
a)                 Diversas acepções: sentido de hábito e de disposição ou de qualquer outra qualidade; sentido de quantidade; sentido de “como num vaso”; sentido de posse; sentido afastado, por exemplo, quando se diz “ter uma mulher” que precisamente significa “habitar com ela”. Estes são os habituais, mas há outros sentidos.

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