O Termo segundo Aristóteles
Pós Predicamentos (Resumos dos capítulos 10 a 15)
b)
Há
quatro maneiras de oposição de um termo a outro: 1ª oposição dos relativos; 2ª
dos contrários; 3ª da privação à posse e 4ª da afirmação e da negação.
c)
Oposição
dos relativos – a totalidade do ser de um consiste em ser dito do seu oposto,
ou que a ele se refere de alguma maneira numa relação recíproca. Por exemplo, o
dobro e a metade; o conhecimento e o cognocível.
d)
Oposição
dos contrários – não tem sua essência na referência que mantém um com o outro. Manifestam-se
de dois modos: 1º quando há contrários que estão em algo ou é afirmado de algo
e este algo necessariamente deve conter um ou outro, não há intermediário entre
eles, por exemplo, a doença e a saúde; 2º quando há contrários em que um e
outro não estão necessariamente contidos no sujeito, há intermediário entre
eles, por exemplo, negro e branco, sendo intermediárias todas as outras cores.
Em certos casos o intermediário possui nome, como nas cores, mas em outros o
intermediário não possui, sendo denominado com a negação dos dois contrários,
como entre bom e mau, cujo intermediário é o que não é nem bom nem mau.
e)
Opostos
como privação e posse – o termo designa a posse natural de algo e o contrário
designa a ausência do que se é apto a receber, mas não está de nenhuma maneira.
f)
Opostos como afirmação e negação – a afirmação
e a negação são próprias das proposições e não dos termos. Somente neste caso uma
é verdadeira e a outra é falsa, porque nelas está expresso uma ligação. Dentre
elas, em algumas não há relação de verdade e falsidade entre as opostas, quanto
o sujeito não existe. Por exemplo, se “Socrates” não existe, ambos os
contrários são falsos em “Socrates está doente” e “Socrates está de boa saúde”.
Os opostos necessariamente verdadeiros e falsos são “Socrates está doente” e
“Socrates não está doente”.
g)
Duas
observações importantes: 1º Estar privado de algo, ou possuí-lo, não é a mesma
coisa que a privação e a posse. Por exemplo, cegueira e visão são privação e
posse; mas estar cego ou ter a visão é está privado de algo e possuí-lo. 2º A
oposição nas proposições afirmativas e negativas se aplicam também aos sujeitos
da proposição.
h)
As
maneiras como os termos se enquadram em suas respectivas oposições são próprias
de cada oposição, não havendo entre elas compartilhamento. Exceto o caso dos
contrários que não comportam intermediário que, por necessariamente um ou outro
dever estar sempre presente no sujeito em que residem, caem sob a privação e a
posse.
2.
Capítulo
11 (Dos Contrários)
b)
Nos
contrários, a existência de um não acarreta necessariamente a existência do
outro. Por exemplo, se todo mundo é saudável, a saúde existirá, com a exclusão
da doença.
c)
Os
contrários existem naturalmente num sujeito que é o mesmo, pelas espécies ou
pelo gênero. A saúde e a doença se encontram no corpo do animal.
d)
Os
contrários estão no mesmo gênero, em gêneros contrários, ou eles mesmos são
gêneros contrários.
b)
Outro
sentido: nas coisas que são recíprocas quanto à existência, é anterior aquela que
for causa de existência da outra, por exemplo: o homem real e a proposição
verdadeira em que é sujeito; se o homem existe a proposição é verdadeira existe
e vise versa, mas o homem real é anterior porque sem a sua existência a
proposição verdadeira em que é sujeito não existiria.
b)
As
espécies que, na divisão do mesmo gênero, são opostas, são também simultâneas
por natureza.
c)
Não
há simultaneidade entre o gênero e suas espécies, pois aquele é sempre anterior
a estas.
b)
Oposição
entre as moções: geração e corrupção; aumento e diminuição; movimento e repouso
ou movimento em sentido contrário e alteração e repouso qualitativo ou em
sentido qualitativo contrário.
c)
Alteração
é a mudança para a qualidade contrária.
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