1. Do
gênero
a) 1º
sentido – gênero é o ponto de partida para a geração de uma coleção de coisas
relacionadas em vista deste ponto. Ex: os heráclidas provêm de Hércules.
b) 2º
sentido - gênero é o princípio sob o qual estão ordenadas as espécies.
c) 3º
sentido – é o atributo essencial aplicável a uma pluralidade de coisas que
diferem entre si especificamente. Ex: animal. Este é o sentido de que tratam os
filósofos.
d) O
gênero, a diferença, a espécie, o próprio e o acidente são aplicáveis a
diversos seres que possuem entre si caracteres comuns.
e) O
gênero se difere dos atributos de um único indivíduo porque se aplicam a vários.
Diferencia-se das espécies porque estas se aplicam a indivíduos apenas
distintos numericamente e não especificamente.
f) O gênero é diferente do próprio, pois este se
aplica a uma única espécie e aos indivíduos que a integra; o gênero se aplica a
várias espécies.
g) O
gênero se distingue da diferença e do acidente, pois embora estes se apliquem a
várias espécies, não se aplicam de modo essencial, mas qualitativamente.
2. Da
espécie
a) 1º
sentido – espécie é a forma de cada coisa.
b) 2º
sentido – espécie é o que é subordinado imediatamente ao gênero e ao que o
gênero é atribuído essencialmente, como homem é uma espécie do gênero animal.
c) 3ª
sentido – espécie especialíssima é aquela que se aplica essencialmente a uma
pluralidade de seres que se diferem entre si apenas numericamente.
d) Em
cada categoria há o gênero supremo, termo acima do qual não se encontra outro; há
espécies intermediárias, acima das quais se encontram outras mais elevadas ou o
gênero supremo e abaixo das quais se encontram outras subordinadas ou a espécie
especialíssima; e há a espécie especialíssima, abaixo das quais se encontram apenas
os indivíduos numericamente considerados.
e) A
doutrina de Aristóteles ensina que o ser não é o gênero supremo de todos os
gêneros e espécies, pois as dez gêneros das Categorias é que são supremos e chamá-las
todas de ser se diz por homonímia e não por sinonímia.
f) As
espécies especialíssimas são em número finito e os indivíduos em número
infinito (no sentido de desconhecido).
g) Para
Platão a ciência vai dos gêneros supremos às espécies especialíssimas, e vice
versa, mas não até os indivíduos.
h) Pelo
comum, o múltiplo se torna um e pelo particular o um se torna múltiplo.
i)
Os gêneros superiores podem sempre ser
atribuídos aos inferiores, às espécies especialíssimas e aos indivíduos. Isso
define a extensão dos termos. O indivíduo só pode ser atribuído a um ser
particular, como a Sócrates ou a esta coisa que está aqui na mesa.
j)
O indivíduo é aquele portador de
particularidades exclusivas.
3. Da
diferença
a) Diferença
Comum – quando uma coisa difere de outra, por uma alteridade qualquer, ou
quando uma coisa difere de si mesma. Ex: Sócrates difere de Platão e Sócrates
criança difere de Sócrates adulto.
b) Diferença
própria – quando uma coisa difere da outra em razão de um acidente inseparável
dela, como a cor dos olhos ou uma cicatriz.
c) Diferença
propriíssima – uma coisa difere de outra em razão de uma diferença específica.
d) As
diferenças comuns e próprias tornam o ser de uma qualidade outra, e a diferença
propriíssima torna o ser outro.
e) A
divisão do gênero em espécies decorre das diferenças específicas e esta, junto
ao gênero, define a espécie.
f) As
diferenças podem ser inseparáveis e separáveis. Dentre as inseparáveis, umas
são essencialmente e outras por acidente. As inseparáveis essenciais são as
específicas.
g) As
diferenças inseparáveis essenciais não admitem o mais e o menos, as acidentais
sim.
h) As
diferenças inseparáveis essenciais se dividem entre aquelas que constituem a
substância do gênero e aquelas que dividem o gênero em espécies.
i)
1ª Definição de diferença específica – é o que
faz com que a espécie ultrapasse o gênero em compreensão.
j)
Os gêneros possuem as diferenças específicas
apenas em potência.
k) 2ª
Definição de diferença específica – é o que é atribuído na categoria da
qualidade a uma pluralidade de coisas que, por isso, se diferem especificamente.
l)
3ª Definição de diferença específica – é o que
separa naturalmente as coisas subordinados ao mesmo gênero.
m) A
diferença não só separa as coisas dentro do mesmo gênero, mas também contribui
para a própria essência das coisas separadas.
4. Do
próprio
a) 1º
Sentido – próprio é o que pertence acidentalmente a uma espécie, mesmo sem
pertencer a toda a espécie. Ex.: é próprio do homem exercer a medicina.
b) 2º
Sentido – próprio é o que pertence a espécie, a toda espécie, mas não a ela
apenas. Ex.: é próprio do homem ser bípede.
c) 3º
Sentido - próprio é o que pertence a uma só espécie, e a toda ela, mas num
momento determinado. Ex.: é próprio do homem encanecer na velhice.
d) 4º
Sentido – é o que pertence a uma só espécie, a toda ela, sempre, mesmo que em
potencial. Ex.: é próprio do homem a faculdade de ri. É uma qualidade que faz
sempre parte da natureza da espécie.
5. Do
acidente.
a) 1º
Sentido – acidente é o que se produz e desaparece sem acarretar a destruição do
sujeito.
b) Divide-se
em inseparável ou separável do sujeito. Ex.: dormir é separável do sujeito, ser
negro, não.
c) 2º
Sentido – acidente é o que pode pertencer ou não pertencer ao sujeito.
d) 3º
Sentido – acidente é o que não é gênero, espécie, diferença ou próprio, mas é
sempre subsistente num sujeito.
Olá,
ResponderExcluirPoderia me ajudar a identificar os modos de predicáveis quando discursando a respeito de Corpos Celestes?
Até então, fiz desta forma:
- GÊNERO: Corpo Celeste
- ESPÉCIES: Planeta, Asteroide, Estrela
- DIFERENÇA ESPECÍFICA: "Emissor de Luz Própria" (para Estrela em relação a Corpo Celeste)
- PRÓPRIO: "Que orbita uma Estrela", para Planeta e também para alguns Asteroides. Ou "que abriga a humanidade", em relação ao conceito Planeta Terra.
- ACIDENTE: "Que possui satélites naturais", em relação ao conceito Planeta.
Minha maior dúvida é na distinção entre "Diferença Específica" e "Próprio".
Obrigado